Por Gustavo Pietsch Vianna “Tigrão”
A Serra da Cambota vem aos poucos se desenvolvendo e em breve deve se tornar referência da escalada em Minas Gerais e do Brasil. Suas paredes ainda guardam preciosidades que aos poucos vem encantando corações e mentes montanhistas e nos proporcionando escaladas fantásticas num ambiente bonito e preservado.
Desde a reabertura do Cambotas aos escaladores, muito pouca gente foi até lá escalar sua incrível escarpa de quartzíto. Impressionante como um lugar como aquele ainda seja tão pouco freqüentado. Em 6 meses, menos de 50 pessoas foram lá escalar. Particularmente não acho isso ruim, mas confesso que fico espantado. Desde a reabertura, feita em janeiro de 2012, eu e o Marcus “Rufino” abrimos 5 projetos novos naquele headwall.
Já está no forno o Guia de Escaladas da Serra da Cambota, o qual deve trazer a descrição das trilhas e vias dos principais setores de toda a Área de Preservação Ambiental (APA) Serra da Cambota e arredores. Serão mais de 130 vias comentadas, a maioria com croqui detalhado e fotos com a linha geral das vias. Este é um projeto da empresa Bem Mais Vertical, escrito por mim e colaboradores.
Existe um código de ética e conduta local cujas regras devem ser seguidas. Este está disponível no site: http://www.fememg.org/.
Para você agendar a sua escalada no Cambotas basta enviar um e-mail para cambotas@fememg.org
A seguir uma breve descrição das novas linhas abertas por Gustavo “Tigrão” Vianna e Marcus “Rufino” Vinicius em 2012:
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Macadami – 55m VIIIc E2
Linda via negativa que exige bastante da resistência. Protegida com 24 chapeletas e equipada com tops duplos. Começa na extrema direita do abrigo da Aresta,. Permite escalada com chuva intensa. Pode ser feita em duas enfiadas (VIIIa + VIIIb) ou em uma enfiada (VIIIc) para isso o escalador deve levar consigo um corda de retinida para fazer um único rapel . Sair com a primeira proteção costurada.
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Sonho Patagônico (Paredão Collares) – 90m 7 VIII (A1) E2
Linda via com proteções mistas. São duas enfiadas com belas passadas em fendas e agarras , Crux protegido com chapeletas . Exige bom domínio da técnica de proteção móvel. Rapel possível com duas cordas de 50m. Material: rack completo de equipamentos móveis, cam 3 e 3.5 repetidos opcionais.
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Biles-Líquen – 30m VIIIb
Linda via protegida com 13 chapeletas e que compartilha o top com a via Supurados. Linha vertical a levemente negativa com pequeno teto no final. Lances de agarras e um crux em micro regletes exigem técnica e resistência.
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Projeto Teoria da Evolução – 90 m VIIIa(?)E3
Projeto de via longa no cume da princesa. Primeira enfiada móvel com crux no final em lances de entalamento e agarras numa fenda bastante negativa. Segunda enfiada de agarras e proteção fixa esportiva guarda o crux da parte conquistada. Paradas duplas confortáveis garantem a segurança na descida. Ainda faltam cerca de 100 metros para alcançar o cume. Material: jogo de Camalot, inclusive peças grandes. Duas cordas de 60m.
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Projeto Ponto de Mutação – 30m IXb/c(?)
Linda via que começa num enorme teto bem ao centro do abrigo . Via bastante negativa e com muitas agarras e um crux bem explosivo .
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Entre céu e mar (Variante) – 30m VIII b|c
Linda variante muito emocionante Inicio pela Macadami até a quarta proteção depois entra na Ponto de mutação .
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Projeto Corredor Polonês – 15m VIIb(?)
Localizada no final do corredor do Platô Começa em um teto e deve seguir nos próximos metros uma parede muito negativa e sólida. Protegida com chapeletas deve manter o mesmo padrão das vias esportivas recentemente abertas.